domingo, 17 de janeiro de 2010

Tem gente que ainda sabe escrever

Andei uma época desanimada com a vida literária. Achava que tinha desaprendido a gostar de ler, se é que isso é possível, porque todos os últimos romances aos quais tinha dedicado meu tempo me deixaram entediada demais, com vontade de largar tudo no meio - coisa que não faço com livros (eu costumo me torturar até o final). Fui salva da minha briga com a leitura por uma amiga que me indicou o livro do Jonathan Safran Foer, um novaiorquino da minha idade e que escreve maravilhosamente bem, the bastard. E foi assim que conheci Extremamente alto & Incrivelmente Perto.

O livro tem o pós 11 de setembro como pano de fundo. Conta a história de um menino de uns 9 anos que viveu essa tragédia de uma maneira muito próxima, mas eu não posso falar mais do que isso, porque seria estragar a experiência de quem se aventurar a ler. Aliás, estraguei a leitura de alguns amigos ao recomendar com tanto entusiasmo o livro. Essas coisas que a gente faz quando fala demais e cria expectativas monstras para os outros.

Me apaixonei por Oskar, o menino do livro. Eu lia e me emocionava, e chorava demais, e tomava uns socos existenciais tão necessários de vez em quando. Não se trata de uma leitura maldita, é uma história singela de um garoto que mora em Nova York e que pensa sobre as mudanças da sua vida depois do ataque terrorista. E que ama a avó, com quem tem uma relação maravilhosa. E que pensa em maneiras de melhorar o mundo, e em invenções que eu não sei ainda como não foram inventadas, como o colchão com um buraco no meio, para que caiba o braço de quem está abraçado com outra pessoa, deitada ao lado. Eu queria um colchão desses.

Leia. Mas não vá com muita sede ao pote, como os meus amigos fizeram. Vá tranquilo, pra ver como é.
Tenho certeza de que não vai ser entediante.

2 comentários:

  1. Querida,
    li este livro no verão passado por indicação sua e adorei. Aconteceu o que às vezes acontece quando gosto muito de uma história:fico triste quando acaba, parece que vou sentir saudades...coisa meio doida, mas me acontece!
    Bjs!!!

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  2. Comigo também! Morri de saudades do Oskar... Ele é apaixonante, né?
    Esse livro está na minha lista de releituras. Já passou da hora, inclusive :)
    beijos!

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